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E Se Houvesse Uma Cypher Pt.5? O que o Silêncio dos Gigantes Pode nos Dizer

  • podarmys
  • 20 de ago.
  • 2 min de leitura

Por: Maria Bianca

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O tempo passou, o mundo girou e os microfones mudaram de direção, mas uma pergunta ainda paira entre as ARMYs que acompanham a trajetória do BTS desde os primeiros passos: e se existisse uma Cypher Pt.5? O que RM, SUGA e J-Hope diriam agora, depois de carreiras solo consolidadas, prêmios internacionais, o cumprimento do serviço militar, conflitos internos expostos com coragem e uma indústria que, finalmente, se curva à existência deles?


Falar de uma possível Cypher Pt.5 não é apenas imaginar mais uma faixa de rap agressivo ou egotrip. É questionar o que resta para dizer quando já se disse tanto. Quando as respostas já foram dadas, os críticos já silenciaram e o sucesso é inquestionável. O tom, certamente, não seria o mesmo das faixas anteriores, que surgiram como um grito de afirmação diante do descaso, da zombaria e da constante vigilância que o BTS enfrentava nos bastidores da indústria musical.


Se “Cypher Pt.1” era a faísca bruta da revolta, e “Pt.4” a consagração debochada da vitória, uma Pt.5 precisaria encontrar um novo eixo. E esse eixo, talvez, seja a maturidade.


Imagine:

  • RM: abrindo a faixa com seu discurso filosófico e autoconsciente, questionando o próprio ato de rimar. Ele não gritaria mais. Ele falaria com o peso de quem já entendeu que o poder da palavra não está apenas no volume, mas na intenção. Talvez ele citasse poetas, misturasse inglês e coreano com naturalidade e terminasse o verso não com uma provocação, mas com uma pergunta desconcertante.


  • SUGA: por sua vez, não economizaria ironia, mas seu deboche teria outra temperatura. Ele não precisaria mais dizer que venceu, ele mostraria. O verso de Agust D em 2023 já dava sinais disso: menos sobre destruir o outro, mais sobre reconstruir a si mesmo. Sua Cypher Pt.5 seria, provavelmente, um espelho. Um olhar cortante, voltado não ao público, mas ao próprio eu. E ainda assim, manteria aquele timing cínico e preciso que só ele tem.


  • J-Hope: agora moldado pelas cores de Jack In The Box e de seus recentes singles solo: "Sweet Dreams", "Mona Lisa" e "Killin’ It Girl", chegaria mais experimental. Seu flow seria quebrado, reinventado. Talvez mais sombrio, talvez mais agressivo. Mas com uma confiança silenciosa que não grita por atenção, apenas ocupa o espaço. Ele, que sempre foi o equilíbrio da cypher, hoje teria a chance de ser o caos controlado. O artista que não precisa mais provar nada para ninguém, nem mesmo para si.


Uma Cypher Pt.5, se viesse ao mundo, não teria a missão de responder a ninguém. Seria uma faixa sobre legado, sobre a permanência. Uma carta não para os haters, que já ficaram para trás, mas para os fãs que entenderam o caminho. Seria como assistir a um filme em preto e branco, dirigido por quem conhece todos os ângulos da própria história.


Não haveria necessidade de ostentação, porque o maior feito já está posto: transformar a dor em arte, a dúvida em discurso e o silêncio em voz.


É difícil saber se uma nova cypher acontecerá de fato. Mas se acontecer, que seja esse retrato de quem cresceu, caiu, voltou, e ainda escolhe o microfone como arma, ponte e espelho.


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