ROTEIRO "POD ARMYS" — PROGRAMA N° 18: IDOL: ARTE, IDENTIDADE CULTURAL E MODERNIDADE

Host: Aurora

Oradora 1: Nathalia

Anfitrião: POD_ARMYS

Convidados: B-Armys Acadêmicas

Roteiristas: Yris Soares, Juliane Martins e Larissa Gralha

Revisão: Luiza Barbosa

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ROTEIRO

Oradora AURORA: Para quem está ouvindo a gente “ao vivasso”, muito boa noite! E para você que acompanha a gente no spotify, bom dia, boa tarde, boa noite e se você é aquela pessoa da madrugada, boa madrugada!” / Vocês já devem ter percebido que hoje a voz da host ta um pouco diferente né? Para quem ainda não me conhece, eu sou a Aurora, integrante do POD e vou ter a enorme honra e responsabilidade de estar no lugar da LARI no EP de hoje. Fiquem tranquilos que ela está bem, apenas teve um compromisso importante. Mas não se preocupem que eu prometo fazer um EP incrível com vocês e a BAA,  que é a nossa parceria convidada de hoje e vai ser representada pela NATHALIA./ Para quem ainda não conhece, a BAA é a B-Armys Acadêmicas, a primeira Associação Brasileira desenvolvida para promover a educação, a arte e a cultura usando o BTS como base. E é justamente sobre arte e cultura que o EP de hoje vai falar.//

Oradora AURORA: E antes de mais nada gente, essa é a primeira vez que temos um episódio, digamos que mais intimista. A gente tem somente um orador convidado! O que na minha opinião é ainda mais difícil do que se tivéssemos vários oradores, mas vamos lá./  O EP de hoje tem como título “ IDOL- A União de Elementos da Arte na Preservação da Identidade Cultural na Modernidade” ou como está no nosso space “ IDOL- Arte, Identidades Culturais e Modernidade”./  Mas Aurora o que que significa isso? Bom gente, antes de tudo, é preciso entendermos o que é essa modernidade e  qual é o impacto dela na cultura, que vem desde da gente ou do BTS existir. E que impactou e vem impactando a cultura de diversos países como o Brasil e a Coreia do Sul.//

Oradora AURORA: A arte moderna foi um conjunto de expressões artísticas, com origem na Europa, onde em meados do século 19 e 20, cansados das formas tradicionais das artes, artistas modernistas se uniram para transformar e trazer novas visões à sociedade da época. Então passamos a ter vários tipos de arte, que em algumas vezes não tinha ligação com as raízes daquele determinado país./ Basicamente, todo país tem a sua origem cultural, como por exemplo o Brasil, que foi formado por uma diversidade cultural influenciada pela colonização portuguesa, pela presença de povos indígenas e pela contribuição africana. E que hoje, mesmo com a diversidade cultural  de cada região e o desenvolvimento de novos ritmos e estilos de arte, ainda temos nossas raízes fortes no batuque, na bossa nova, no samba, no funk e etc./ Mas como é lá na Coreia? Como que funciona a questão do desenvolvimento cultural com a preservação da cultura tradicional? A questão do passado e presente. E quem conta sobre isso para a gente é a Nathalia. Seja muito bem vinda NATHALIA, a palavra está com você.//           

Oradora NATHALIA:  Obrigada AURORA, é um prazer o BAA estar novamente no POD. E então gente, o povo sul coreano tem muito cuidado e carinho por suas origens. Uma nação antiga, que mesmo depois de tantos ataques e destruição, conseguiram manter seu patrimônio imaterial, como danças, vestimentas, costumes e culinária, sendo passados de geração em geração./ Atualmente, se questiona se ainda é possível manter a juventude interessada, já que muitos se afastam dessa memória depois da globalização, por se envolver com coisas atuais, modas de outros países e até mesmo costumes estrangeiros.//

Oradora AURORA: É importante lembrarmos que a gente gostar, querer saber ou estudar sobre a cultura tradicional não significa que não gostamos da atual. Acredito que ao fazermos isso, levantamos o sentimento de respeito e de admiração pela cultura./ Para os coreanos a sensação e o dever de  falar sobre a sua cultura e proteger a mesma, começou em um momento muito crítico, não foi NATHALIA?// 

Oradora NATHALIA:  Então Aurora, o Movimento para Derrubar a Adoração de Deuses, em 1890, marcou a história da região, onde o tradicionalismo religioso foi atacado, sendo assim, monumentos históricos e artísticos foram colocados a baixo. Isso se repetiu durante a ocupação japonesa, em 1910./ E esses constantes ataques ao patrimônio imaterial e material fez com que o país se fechasse e nasceu o sentimento nacionalista de muitos, onde também trouxe a forte necessidade de proteger e perpetuar esses costumes./ Por isso o BTS se tornou tão importante para a nação, porque as artes audiovisuais são sua paixão e cada movimento do grupo faz com que milhares de jovens sul coreanos se interessem por arte, pela cultura, de uma forma fresca e atual, o que muitos no país tem dificuldade de fazer.//

Oradora NATHALIA:  Durante a pandemia, em setembro de 2020, houve uma performance pré-gravada do BTS, da música IDOL, no programa Tonight Starring Jimmy Fallon. Algo especial desse dia, é que se trata do período do Chuseok, um feriado significativo coreano./ Ter uma performance tão bonita e rica, feita na frente dos aposentos do mais antigo palácio imperial de Seul, Gyeongbokgung, sendo transmitida para o ocidente, quando haviam tantos ataques à comunidade asiática, foi muito importante. O BTS já havia conquistado o primeiro lugar nas paradas da Billboard, pela terceira vez, e IDOL também foi uma música de bom desempenho nos charts./ Alcançar isso com uma música cheia de elementos culturais fortes, especialmente em um país, popularmente conhecido por ser individualista, como os Estados Unidos, é histórico.//

Oradora AURORA: É incrível ver como os meninos se orgulham da cultura deles, de como eles levam ela para todos os lugares sem parecer que é uma obrigação, até porque não é, é por amor./ E quando a gente fala sobre essa apresentação em questão, eu acredito que o BTS tenha furado a bolha mais uma vez. Pois, no dia dessa apresentação eu vi como a minha mãe ficou encantada,por exemplo, e olha que ela não entende nada de k-pop ou cultura asiática. Então eu acredito que muita gente viu pela primeira vez, não só o BTS, mas a representação da cultura coreana que teve nessa apresentação./ E gente não tem como falar dessa apresentação sem surtar por IDOL! IDOL é uma obra de arte, mesmo eu só sabendo cantar o oouo e o dondoridon que depois descobri que é o som de um instrumento coreano, ela é uma das músicas mais importantes para mim como army. E ela também é uma resposta do BTS para toda a pressão americana que eles sofriam né NATHALIA?//

Oradora NATHALIA:   Isso mesmo, a música IDOL tem uma forte referência ancestral e instrumental de comunidades que foram exploradas e destruídas, que ao longo de gerações buscou formas de manter sua história e arte vivas./ Lançada em 2018, logo depois do boom do grupo no ocidente, há boatos de que o BTS era pressionado de todos os lados para ter um debut americano, ou que houvesse um abandono de suas raízes, para se tornarem mais atrativos à rádios e ao mercado internacional. Como resposta, IDOL surgiu. No MV podemos observar elementos, que comumente sofrem ataques de esquecimento e embranquecimento no mundo da arte: arte africana e arte asiática.//

Oradora NATHALIA: E agora eu trago para vocês, Alguns elementos do MV e da performance no Jimmy Fallon. Como: As vestes usadas durante o MV e as promoções, uma forte inspiração no Kente, um tecido usado por etnias axanti e jejes de Gana, na África Ocidental./ O Palácio Gyeongbokgung: palácio que foi atacado em 1890, resistiu e foi restaurado, sendo preservado até hoje, se tornando um símbolo da resistência da arte e cultura coreana em Seul./ O Chuseok: um dos feriados mais importantes do país, período de reunião entre famílias, amigos e casais, com agradecimentos por conquistas e relembrar queridos já falecidos. A performance ter ocorrido nessa época, explica a escolha dos elementos e das vestes, apresentando aos espectadores do programa americano, uma parte importante da cultura sul coreana./ Jogo de luzes: Luzes azuis, brancas e vermelhas são utilizadas durante a performance, que quando juntas, formam um belo roxo azulado, ligando as cores da bandeira sul coreana e ARMY.//

Oradora AURORA:  Eu digo e repito, toda essa performance é digna de Oscar. A delicadeza e a forma que todos esses elementos foram usados é perfeita./ Agora NATHÁLIA, você falou sobre a vestimenta dos meninos, que foi inspirada no tecido Kente né. E a gente precisa falar da influência na moda que os meninos têm, que apesar da moda asiática ter explodido com os doramas, o k-pop foi um grande potencializador do estilo coreano./ É inegável como os meninos são influentes e como as marcas os amam, mas precisamos falar de como eles levam a cultura coreana na moda também, e como roupas tradicionais, como os  hanboks, se popularizaram e tiveram diversas releituras por causa do BTS.//

Oradora NATHALIA:   Então AURORA, o grupo, desde o MV de IDOL em 2018, suas promoções e performances, trouxe o hanbok com uma leitura mais moderna para os holofotes./ Tradição por mais de 1.600 anos, a vestimenta é extremamente importante, mas ao longo das gerações, passou a ser visto como algo muito tradicional, para ocasiões formais, fazendo os jovens se desinteressarem, sendo considerado inadequado para o uso casual com a entrada, e forte influência, do ocidente dentro do país./ A modernização do hanbok está marcada, especialmente, pela diversidade de cores, que antigamente era limitada, pois os corantes eram extraídos da natureza local. O designer das roupas de j-hope, Jimin e Suga explica que a escolha do material é muito importante para que o artista se destaque, já que foi gravado a noite./ Um dos elementos utilizados para a composição das vestes é o Sejo-dae, usado pelos homens durante a dinastia Joseon, em diferentes cores que indicam a posição do indivíduo. j-hope usa um de cor vermelha, usado por alguns oficiais./ Na performance de IDOL no MMA 2018 e em 2020, alguns membros do BTS usaram o norigae, um ornamento que simboliza alguma fonte de felicidade, era usado por mulheres na época, o que torna mais especial é o grupo trazer o norigae em suas vestes masculinas.//

Oradora AURORA:  Eu amo os meninos com roupas tradicionais, parece que realça ainda mais a beleza e a essência deles. E amo também como eles gostam de presentear os seus amigos e parceiros de trabalho com coisas da cultura coreana, como os hanboks que eles deram para o Coldplay./ Com o avanço da internet e a conexão de pessoas de diferentes países se tornando mais fáceis, a música e a arte também foram adquirindo novos formatos. A dança também foi palco dessa mudança, o próprio hobi nos apresentou em On The Street, todas as suas inspirações na dança e o que ela representava para ele./  Mas apesar de ter inspirações e passear por diversos ritmos, não só o j-hope, como todos os meninos usam elementos da dança coreana em seus trabalhos, não é NATHALIA?//

Oradora NATHALIA:  Sim, há elementos do bongsan talchum, um dos tipos de dança tradicional coreana, observado quando os membros giram com os braços abertos e dão um salto, no refrão de IDOL. É considerada patrimônio imaterial da Coréia do Sul./ No ramo da arte, existem duas formas de acervos, em qualquer comunidade e nação. O material e o imaterial. Ambos precisam de cuidados para sua preservação, que a arte e a história nunca sejam esquecidas./ Um dos principais papeis do BTS na modernidade é alimentar a curiosidade da juventude, para que continuem buscando esses elementos, mas de uma forma moderna, que se adapta ao atual, sem destruir sua identidade. É assim que se preserva a história.//

Oradora AURORA:   De fato NATHALIA, o BTS é o tesouro da Coreia e é um dos principais motivos para as pessoas de fora quererem saber mais sobre a cultura de seus ídolos./ Eu lembro de quando eu comecei a pesquisar sobre a coreia, justamente por querer saber sobre as comidas, os locais e tantas outras coisas que o BTS já falou e fala sobre o seu país. E a  verdadeira valorização da arte está nisso gente, tá em você falar sobre aquilo que está à sua volta com orgulho. De querer mostrar para os outros, seja de maneira presencial ou virtual aquilo que você aprecia./ Quem aqui não se lembra do “CONNECT, BTS”, que foi uma iniciativa lançada pelos meninos lá em 2020, tendo o objetivo de unir 22 artistas de cinco cidades do mundo em exposições que se ligavam à filosofia da banda de “amor, diversidade e cuidado com a periferia”? Não tenho exemplo melhor do que esse, para o nosso tema “Arte Unindo Identidades Culturais na Modernidade”.//

Oradora AURORA:  A arte está enraizada em cada um de vocês armys. Tá na Army que desenha, na que faz covers, na que usa os meninos como inspiração para escrever, para moda, para pesquisas acadêmicas e para que tem um projeto como a gente do PODARMY./  Hoje em dia temos diversas maneiras de fazer arte, temos softwares para desenho gráfico, impressões 3D, cores digitais, novos softwares de áudio, Ias e entre outros. Mas assim como os meninos, devemos sempre estar conectados com nossas culturas, de usarmos esse mundo digital que se reformula diariamente, para levarmos essa arte para o mundo.

Oradora AURORA: E antes da gente encerrar o programa, sim gente, o EP de hoje foi um pouquinho mais curto. A gente quer dar um aviso para vocês, uma chamada para a call, o ARMYTALK que vai acontecer na fanbase Hyungstream no dia 19 deste mês, onde vão se unir várias fanbases para discutir sobre a situação atual e o futuro do fandom. Então já sabe que vai ter muita coisa para ser falado né  army? E a sua presença é muito importante para esse bate papo informativo!/ O episódio de hoje vai ficar por aqui, foi uma honra estar como host hoje junto com vocês e espero que vocês tenham gostado e se sentindo bem./ Agora eu gostaria que nossa convidada se despedisse e aproveito para agradecer novamente, muito obrigada, é um prazer ter o BAA com a gente nesse projeto!!// 

ESPAÇO RESERVADO PARA AS ORADORAS CONVIDADAS SE DESPEDIREM E AGRADECEREM.

ORDEM DE DESPEDIDA:  NATHALIA

FALA FINAL: Obrigada, mais uma vez, pela call de hoje eu agradeço cada um dos oradores e todos que participaram como ouvinte, vocês são incríveis./ Não se esqueçam de ouvir os trabalhos do grupo e também os individuais, afinal o BTS é um todo de SETE / Dar stream em nossos favoritos não é obrigação é prazer. Ouvir e sentir o que eles têm a nos dizer é extremamente prazeroso./ Bom, esse é o meu momento influencer do PODARMYS, ou seja, compartilhem a call, favoritem e indiquem para mais armys./ Quero lembrar novamente que o pod é um lugar para você se sentir bem, lugar de conforto e encontro./ Então se você tiver alguma sugestão ou gostaria de que algum tema fosse abordado, ou simplesmente gostaria de ser ouvida, pode enviar mensagem na nossa DM, sinta-se em casa!/ O pod foi feito de army para army e vocês sempre serão bem vindos / Nos vemos na próxima call.//