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As Cores da Melancolia Como Inspiração

  • podarmys
  • 11 de nov.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 2 de dez.

Por: Elly dos Santos

Revisão: Karen Fernandes


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Entre o desejo de ser e o medo de falhar, milhões de jovens vivem uma crise existencial, tentando se reconhecer no espelho rachado do século XXI. E é em meio a essa sobrecarga de comparações digitais e crises de ansiedade que RM, líder do BTS, chega, não só como um artista mas como um pensador contemporâneo, e traduz em música toda essa confusão existencial.  Em intro: persona, ele introduz a reflexão: who am I? da forma mais humana possível.


É difícil responder essa pergunta sem mergulhar em si mesmo e há um caos nessa aventura que nem sempre é sublime, mas RM conseguiu traduzir essa melancolia em algo compreensível que de alguma forma consola. Em seu lado filosófico, há questões sobre o entendimento de si mesmo, solidão e em como esse indivíduo se relaciona com a sociedade, todas abordadas com grande profundidade, deixando de ser individuais e passando a ser questões reflexivas universais da busca por si mesmo.


RM faz das cores da melancolia inspiração, transformando dor em música, dúvida em batida e caos em reflexão, e isso inspira porque em sua arte ele mostra que não há nada vergonhoso em estar em construção, que o autoconhecimento e o amor próprio não são arrogâncias, são a base de existir. Quando ele fala, ele não está querendo só ser ouvido, ele quer que o ouvinte se ouça e isso é genial. 


Em Mono (2018), ele afirma: “The past is the past, the present is the present, and the future will be the future”, mostrando que o “eu” não é um ponto fixo, mas uma constelação em movimento e a cada passo, seguindo em frente, há uma nova versão de si mesmo que tem voz própria. Como ele disse no discurso da ONU, “No matter who you are, where you’re from, your skin colour, your gender identity: just speak yourself” e completou “Find your name and find your voice by speaking yourself”, autenticidade é o mais belo ato de coragem.


Claro que o RM também passou por todos esses questionamentos existenciais e também já se sentiu perdido, ele afirma sua vulnerabilidade em LOST (Right Place, Wrong Person, 2024), “How’d you get lost? I don’t know, but I did”. Mas ele aprendeu a sentir isso sem ter vergonha de aceitar e decidiu valorizar cada etapa do processo de autoconhecimento. Ele nutriu esse conhecimento com livros bons e reflexivos, museus clássicos e arte de elite, caminhadas e passeios de bicicleta, desabafos musicais e escritos diários. Inspirando o ARMY, existe até o termo “namjooning” que o próprio RM descreveu como “o ato de viver como Kim Namjoon, isso inclui fazer caminhada em parques, admirar a natureza, andar com os caranguejos e se divertir com os amigos”.


Em um tempo onde a identidade é vendida por curtidas, RM ensina a ser honesto consigo mesmo em vez de tentar ser perfeito, seus versos são retratos emocionais de uma geração com crises de identidade, mostrando que ser vulnerável também é uma revolução e sendo guia no labirinto das expectativas e desejos contraditórios onde o “eu” se fragmenta. Pois como ele disse em uma entrevista para Rolling Stone em 2021, “You don’t need to find yourself all at once. Just start by listening”.


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