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ROTEIRO | EP36: Mixtape Agust D

  • podarmys
  • 1 de set.
  • 18 min de leitura

ROTEIRO "POD_ARMYS" – PROGRAMA N° 36 “Mixtape AGUST D”

Gravação no Streamyard (SÁBADO),

Lançamento no Spotify 20h BRT

(30/08)


Host: Beatriz Nery (PA)

Co-Host: Lunna (PA) 

Oradora: Patrícia Barp (PA)


Convidados Responsáveis: Não há convidados neste episódio. 


Anfitrião: PODARMYS


Roteirista Responsável: Maria Eduarda 

Apoio de roteiro: Elly dos Santos

Revisão: Mônica Santos

Supervisão: Beatriz Nery

Ajustes finais: Beatriz Nery

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ROTEIRO


CHAMADA FIXA PARA O EP: Boa tarde, quase um boa noite! Sejam bem vindos, ARMYs de todo o país e até do estrangeiro! Começa agora o programa feito de fã para fã, com muito amor e carinho. Que você se sinta acolhido e confortável para conhecer esse projeto lindo que foi feito para você, que sempre desejou falar e saber mais sobre o BTS. Começa agora o PODARMYS! QUER FALAR ARMY?// 



Host Bea: Olá, ARMYs! Estamos muito felizes em recepcioná-los em mais um episódio incrível preparado especialmente para vocês. // Eu sou a Beatriz Nery, e vamos mergulhar juntos em algo emocionalmente arrebatador. // Já sabemos que, quando se trata de uma produção do nosso querido Suga, estaremos cada vez mais suscetíveis a conhecer sua profundidade sentimental e sermos tocados por suas obras avassaladoras. // Portanto, sem mais delongas, preparem os lanchinhos — e separem alguns lencinhos —  porque o episódio promete ser intenso e carregado de emoção! 


Host Bea: Hoje, a gente continua uma viagem por um dos capítulos mais brutos, sinceros e intensos da história do BTS, // e, mais do que isso, da história individual de quem está por trás do palco. // Se no nosso episódio passado a gente mergulhou na RM, a primeira mixtape do Namjoon, hoje a gente abre espaço para o grito cru de outro membro que também precisou se dividir para se encontrar: Min Yoongi, ou melhor, Agust D. // Mas antes, vale lembrar: quando a gente fala em mixtape, a gente está falando de um formato que é diferente de um álbum de estúdio, não é mesmo, Lunna? Seja bem-vinda ao episódio de hoje!


Host Lunna: Olá, Bea e olá para todos os ARMYs nos acompanhando agora! É um prazer estar aqui para falar sobre essa mixtape maravilhosa. Bem, voltando ao que você disse anteriormente, é isso mesmo! // Uma mixtape, principalmente dentro do hip hop, é uma forma do artista se libertar de contratos, amarras comerciais e regras de gravadora. // É música lançada de forma independente, muitas vezes com samples não licenciados, disponibilizada de graça, sem meta de vendas, sem medo de bater de frente com a indústria. // E foi exatamente isso que o SUGA fez em 15 de agosto de 2016, quando soltou a Agust D no SoundCloud e no YouTube, sem censura, sem filtro e sem moldura. // O nome Agust D não é só um nome artístico qualquer. É um alter ego, quase um escudo e uma arma ao mesmo tempo. Agust D é ‘DT SUGA’ invertido: DT vem de Daegu Town, a cidade natal do Yoongi, e SUGA é o nome dele dentro do BTS. // É como se, ao inverter, ele dissesse: ‘Eu sou o mesmo cara, mas do avesso — o lado que vocês não veem no palco, o lado que não sorri pra foto de conceito.’


Host Bea: Isso, a verdade é que a “Agust D” foi a resposta do Yoongi ao peso de tudo que ele carregava até ali: o estigma de idol rapper num cenário onde muitos viam idols como artistas ‘fabricados’; // as críticas de quem dizia que ele tinha abandonado suas raízes underground; e, principalmente, as batalhas internas que ele enfrentava calado: depressão, ansiedade, crises de identidade. // Enquanto o BTS, em 2016, estava se preparando pra lançar o álbum WINGS, um trabalho mais conceitual, polido, cheio de camadas e simbolismos, o Yoongi precisava de um lugar pra sangrar de verdade. E esse lugar foi a Agust D. // Foi ali que ele rasgou o peito pra falar de saúde mental sem medo de tabu, pra mostrar orgulho da própria jornada e pra dizer, com todas as palavras, que ele era mais do que rótulo nenhum podia definir. 


Host Lunna: Com certeza, Bea! Essa mixtape é importante não só porque mostrou um SUGA diferente para o mundo, mas porque deu força a uma geração de fãs que, de repente, se viram ouvindo um idol coreano falar sobre depressão, solidão, pânico, tudo aquilo que tantas vezes é escondido debaixo do tapete. // Assim como a RM do Namjoon, a Agust D é um lembrete de que, por trás do ídolo, existe uma pessoa que também luta todos os dias pra continuar acreditando em si mesmo.


Host Bea: Faço das suas palavras, as minhas, Lunna. Inclusive, hoje a gente vai destrinchar faixa por faixa, entender de onde veio esse rugido, o que ele deixou de legado e por que, anos depois, ainda faz tanta gente se sentir menos sozinha. // Então, ARMYs, respirem fundo, porque o que vem pela frente é pesado, honesto e necessário. 


Host Lunna: Estamos empolgadas para este momento, ARMY! No entanto, devemos voltar um pouco mais e entender a história e as motivações que levaram o Yoongi a criar essa obra-prima e ser quem ele é hoje! // Antes da estreia da mixtape, antes do palco, da fama e dos holofotes do BTS, Min Yoongi era apenas um garoto de Daegu apaixonado por música. Lá pelos seus 13, 14 anos, ele escrevia letras como quem precisava desabafar. // Descobriu o hip hop como quem encontra um abrigo, e começou a produzir batidas ainda no ensino médio, trabalhando em estúdios locais, aprendendo na raça.


Host Bea: Ele fazia parte da cena underground com o nome Gloss, e integrava o grupo D-Town, onde já mostrava que não era só mais um MC. // Ele compunha, produzia, escrevia, rimava e, principalmente, tinha algo a dizer. Era crítico, questionador e cheio de cicatrizes, inclusive do tipo que o sistema muitas vezes ignora. // Em 2010, ele entra na Big Hit não com o sonho de ser idol, mas como produtor. Era pra ficar nos bastidores, fazendo música. // Mas Bang Si-hyuk viu algo nele que ia além do beat: viu uma voz que precisava ser ouvida. E foi aí que o Gloss virou SUGA, o SUGA virou membro do BTS e o resto… a gente conhece bem.


Host Lunna: E como conhecemos, Bea! Temos muito para papear sobre o Yoongi e sua trajetória ainda, contudo, chamo agora para agregar mais ao papo nossa querida Patrícia! Bem-vinda, querida. 


Host Patrícia: Boa noite, meninas, e boa noite para todos os nossos ouvintes! É um prazer estar aqui para falar sobre esse membro incrível que o Suga é. // O Yoongi é uma pessoa forte e devotada à sua arte, o que se torna ainda mais claro quando analisamos que, em 2016, depois do sucesso de álbuns como The Most Beautiful Moment in Life e enquanto o BTS se preparava para o WINGS, ele se viu no limite entre continuar reprimindo esse lado ou deixá-lo explodir. Ele escolheu a segunda opção. // E foi aí que o nome Agust D apareceu. E com ele, uma mixtape não só brutalmente honesta, mas também um divisor de águas.


Host Lunna: Exato, Patrícia! Lançada gratuitamente em 15 de agosto de 2016 no SoundCloud e com MVs no YouTube, principalmente o impactante clipe da faixa-título Agust D, a mixtape mostrou que Yoongi nunca abandonou o underground, só escolheu outro caminho pra ser ouvido. // É importante lembrar que, por ser uma mixtape, ele teve liberdade total: sem precisar seguir regras da gravadora, sem preocupações comerciais. Foi o próprio Yoongi quem cuidou da produção, composição e gravação, uma libertação criativa.


Host Bea: Além disso, há o contexto histórico que também envolve a postura da Big Hit, que naquela época ainda era uma empresa pequena, e que permitiu que seus artistas mostrassem suas feridas com vulnerabilidade real. // Não era comum os idols falarem de depressão, pânico ou solidão com essa crueza. E o Yoongi fez isso de peito aberto, com letras que expunham tudo o que o machucava, e tudo o que o fazia continuar.


Host Patrícia: Ele foi muito corajoso e sincero com os fãs! Ainda mais quando se leva em consideração que essa mixtape surgiu num momento em que o BTS estava crescendo internacionalmente, mas ainda lutando por reconhecimento. E mais do que colocar o Yoongi de volta às raízes, Agust D abriu portas pra conversas que antes não existiam entre fandom e idol, especialmente sobre saúde mental. // Ela também consolidou o Yoongi como um artista completo: alguém que escreve, produz, entrega conceito, estética, crítica social e emoção, tudo no mesmo projeto. Alguém que usa a música como sobrevivência.


Host Bea: Ele vive e sente a música, isso é inegável! E eu provarei este meu ponto agora mesmo, que iremos destrinchar faixa por faixa dessa mixtape autêntica. // Ela começa com uma explosão de energia que imediatamente nos transporta para o estado mental em que Yoongi se encontrava durante sua criação. // As duas primeiras faixas, “Intro: Dt sugA” e “Agust D”, já anunciam com fúria que ele chegou para tomar o microfone de volta, não como o SUGA do BTS, mas como Agust D, um alter ego nascido da urgência de se expressar sem filtros. Ambas usam como base um sample marcante de “It’s a Man’s Man’s Man’s World”, de James Brown, o que confere à abertura da mixtape uma força icônica. // Esse sample, além de carregar consigo toda uma tradição musical do soul, é aqui subvertido e distorcido para servir de pano de fundo à raiva e à afirmação de Yoongi como rapper, produtor e indivíduo. // A frase “my name is my name” ecoa o desejo de ser reconhecido por quem ele realmente é, alguém que cresceu no underground, no Daegu Town, e que agora grita suas dores e sua trajetória.


Host Lunna: Na faixa “Give It to Me”, Yoongi mantém a agressividade como ferramenta de crítica e enfrentamento ao sistema. Ele ataca diretamente a hipocrisia da indústria e dos críticos que duvidaram de sua autenticidade enquanto idol rapper. // A frase “What I’m saying is, don’t judge me by what you see” revela sua frustração com os rótulos e estereótipos, ao mesmo tempo em que impõe sua identidade com firmeza. // A sonoridade é pesada, quase industrial, o que amplifica a sensação de estar sendo engolido por um mundo opressor, algo que ele combate com versos cortantes e batidas violentas.


Host Patrícia: Mas é a partir da faixa “724148” que o tom começa a mudar. A música leva o número de telefone da casa da infância de Yoongi, e com isso já carrega uma carga emocional imensa. // É como se ele estivesse ligando para o seu passado, visitando traumas, lembranças, e tentando costurar, com palavras, a criança que foi e o homem que é. // A batida desacelera, o tom fica mais introspectivo, e as rimas falam sobre pobreza, solidão e insegurança. Aqui, o rap deixa de ser escudo para se tornar vulnerabilidade.


Host Lunna: Esse mergulho emocional se intensifica ainda mais em “140503 at Dawn”, uma faixa marcada por uma atmosfera quase etérea e lírica, na qual ele expõe suas crises de ansiedade, sua depressão, o peso de viver com um transtorno de saúde mental enquanto é observado pelo mundo. Yoongi escreve e canta como quem está em desespero, mas com uma delicadeza que dilacera. Ele diz: “Even if I fall again, I’ll get up again”, deixando claro que sua luta é diária, mas também que sua arte é o fio que o mantém de pé.


Host Patrícia: “The Last” talvez seja a faixa mais dolorosa e importante da mixtape. É nela que ele se despe completamente. Não há metáforas nem rodeios, ele fala sobre ter sido diagnosticado com depressão e transtorno obsessivo-compulsivo, sobre ter frequentado psicólogos e escondido isso por medo de ser julgado. // A sinceridade de versos como “On the other side of the famous idol rapper stands my weak self, it’s a bit dangerous” mostra a coragem de se colocar inteiro diante do microfone. // É também um dos momentos mais revolucionários da carreira dele, pois quebra um dos tabus mais enraizados na cultura sul-coreana: falar abertamente sobre saúde mental.


Host Bea: Em “Tony Montana”, temos o surgimento de uma persona mais sombria, inspirada no personagem do filme Scarface. // Aqui, o tom é cínico e provocador, uma crítica ao sucesso que corrompe, à fama vazia, e às pessoas que tentam se aproveitar da imagem de um artista em ascensão. // A colaboração com Jimin em versões ao vivo mais tarde trouxe uma nova camada a essa faixa, tornando-a ainda mais icônica entre os fãs.


Host Lunna: Por fim, as músicas “Interlude: Dream, Reality” e “So Far Away” encerram a mixtape de forma agridoce. A primeira é instrumental, quase uma pausa contemplativa, como um respiro no meio do caos. // Já So Far Away, com participação da cantora SURAN, retoma o lirismo das faixas mais introspectivas e fala sobre sonhos que parecem inalcançáveis. “I’m standing alone in a desolate world”, ele canta, mas mesmo assim continua buscando, mesmo sem garantias. // Essa última música serve como uma espécie de epílogo para a mixtape, onde Yoongi parece aceitar que a estrada ainda é longa, mas onde há também a promessa de continuar caminhando. // A produção melancólica, combinada com os vocais suaves de SURAN, fecha o projeto de forma poética, sensível, e profundamente humana.


Host Patrícia: Agora que falamos bastante sobre as faixas da mixtape, vamos falar um pouco sobre o visual incrível que nos foi entregue! // Quando a mixtape Agust D foi lançada em agosto de 2016, também chegaram ao público os videoclipes para Agust D e Give It To Me, além de uma estética visual que reforçava toda a mensagem crua das músicas. Desde o visual até a direção de arte, tudo foi pensado para escancarar a dualidade de Min Yoongi, parte artista confiante, parte garoto ferido. 


Host Bea: Logo no clipe de Agust D, somos apresentados ao alter ego com trajes que misturam roupas simples de estrada (como jeans e casaco grosso) com objetos que remetem ao underground. // Essa justaposição mostra imediatamente que Agust D não é o SUGA idolizado: ele é alguém que usa a música para marcar território em seu próprio caminho, longe das câmeras brilhantes de palco. // A performance é seca, intensa, com cortes rápidos e close-ups que destacam a expressão facial e o suor, um retrato visual de tensão emocional e urgência. O impacto simbólico é poderoso: a imagem não glorifica, expõe. 


Host Lunna: No videoclipe de Give It To Me, a estética continua suja e direta. O ambiente com luzes neon, fumaça e set quase industrial reforça a temática de indústria que engole e sufoca. // Ele canta cercado por espelhos e sombras, um jogo visual que traduz a multiplicação de vozes que o criticam, e de vozes que ele desafia. É uma estética de contraste escuro e sensação de confinamento, como se ele estivesse preso dentro de todas as expectativas. // As referências visuais também aparecem no styling: correntes pesadas, calças largas, camisetas largas, tudo com tons escuros e rasgos, completamente opostos ao visual limpo e colorido do BTS na mesma era WINGS. Era a forma estética de dizer: “Eu não estou aqui para ser bonito, estou aqui para ser real”.


Host Patrícia: Isso mesmo. Parte dessa liberdade visual também reflete o próprio processo criativo de Yoongi. // Em entrevistas à Marie Claire e Grazia, ele explicou que decidiu lançar a mixtape como Agust D para expressar sua voz sem se preocupar com charts ou aparência: “se fosse um álbum”, disse ele, “me sentiria preso num tipo de estrutura”, e isso teria moldado também o visual. // Esse conceito de ser ele mesmo, sem filtros, também se reflete nos sets e cores usados nos três videoclipes: predominância de cinzas, escuros, concreto e fumaça, uma paleta que lembra cimento urbano e noites longas de insônia. // O resultado não é bonito, e é proposital. É um reflexo visual da mente ferida e inquieta de Agust D.


Host Bea: Outro ponto visual importante: os contrastes que ele costuma usar — algo que viria ainda mais forte em D-2 com Daechwita — já começam aqui. // Embora os videoclipes da primeira mixtape não tenham esse contraste histórico-modernista tão explícito, o dualismo entre o Yoongi homem comum e o alter ego provocador já aparece no contraste de styling e ambientação: sombra e luz, frente e verso, presente e passado. // Em resumo, a estética visual da mixtape Agust D só reforça aquilo que as letras já dizem: que Yoongi se libertou de um molde para se mostrar inteiro, esculpindo visualmente um espaço onde o feio, o incômodo e o verdadeiro ocupam lugar de destaque, e é justamente isso que torna o conceito tão marcante para os ARMYs e para o universo visual do BTS como um todo.


Host Patrícia: Dando sequência ao nosso bate-papo, precisamos falar sobre os impactos da mixtape na vida dos fãs! 


Host Lunna: Com certeza! Quando Agust D foi lançado em 15 de agosto de 2016, de forma gratuita no SoundCloud e YouTube, o impacto foi imediato, especialmente entre os fãs que já conheciam Min Yoongi como SUGA, mas que agora viam um lado muito mais cru, pessoal e provocador. // O projeto não foi divulgado em grandes plataformas como Spotify ou Apple Music na época, justamente porque Yoongi queria se livrar das pressões de charts e rankings. // E, mesmo assim, a mixtape alcançou um alcance significativo, mostrando o poder de um fandom engajado e a força de uma obra honesta.


Host Patrícia: Ela foi um feito e tanto! A recepção entre os ARMYs foi marcada por um misto de choque e admiração. Era a primeira vez que um membro do BTS falava tão abertamente sobre sua luta contra depressão, ansiedade e pressão da indústria. // Isso criou um vínculo muito forte com quem ouvia: mais do que apenas uma mixtape, Agust D se tornou um símbolo de vulnerabilidade e resistência. // A sinceridade das letras, aliada à agressividade do flow e da produção, fez com que muitos fãs enxergassem em Yoongi uma coragem rara dentro do K-pop.


Host Bea: A ‘AGUST D’ abriu muitas portas para o Yoongi, críticos e veículos internacionais também começaram a prestar mais atenção no projeto. // Embora a mixtape não tenha recebido uma divulgação oficial ampla na imprensa ocidental no momento do lançamento, ela apareceu em listas e artigos especializados nos anos seguintes como uma das mixtapes mais marcantes de idols coreanos, elogiada principalmente pela sua força lírica e identidade artística independente. // Com o tempo, Agust D passou a ser reconhecido como um divisor de águas para o BTS e para a cena coreana, quebrando a ideia de que idols não poderiam ser também autores de suas próprias narrativas artísticas profundas.


Host Lunna: Mesmo sem charts oficiais em 2016, a popularidade foi refletida no número de plays e no buzz gerado nas redes sociais. // A hashtag #AgustD dominou os trending topics globais no Twitter no dia do lançamento, e os videoclipes ultrapassaram milhões de visualizações em poucos dias, provando que não era preciso estar em uma gravadora tradicional para causar impacto. // Em 2018, quando a Big Hit finalmente lançou a mixtape nas plataformas de streaming, a recepção voltou com força total. 


Host Patrícia: Sim, a ‘Agust D’ entrou nas paradas do iTunes em mais de 50 países, incluindo Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, um feito impressionante para um projeto lançado dois anos antes e sem promoção comercial. // Esse relançamento também permitiu que mais pessoas descobrissem o álbum, levando a um novo ciclo de apreciação crítica e popular. 


Host Lunna: O legado de Agust D também pode ser sentido dentro da própria trajetória solo de Yoongi. // O projeto pavimentou o caminho para D-2 e D-DAY, ambos lançamentos que mantiveram (e expandiram) a profundidade emocional e o compromisso com a liberdade artística que ele havia estabelecido em 2016. // Muitos fãs e especialistas apontam que Agust D não apenas revelou uma nova camada do artista, como também deu início a uma nova era dentro do próprio BTS, a era em que os membros se permitiram, individualmente, mostrar quem são para além do palco. 


Host Bea: Além disso, a mixtape teve um impacto profundo na forma como outros idols passaram a enxergar seus próprios caminhos solo. // Ela abriu uma porta para que mixtapes e projetos independentes fossem vistos como legítimos espaços de expressão artística, e não apenas como experimentos paralelos. 


Host Patrícia: Em resumo, Agust D não apenas marcou o início de uma jornada solo de Min Yoongi, como se consolidou como um marco para o K-pop. // Ele transformou dor em arte, usou a honestidade como escudo e mostrou que, mesmo em meio às pressões da fama, ainda era possível fazer música por necessidade, e não por obrigação. // Agora, conhecendo os impactos dela, é interessante que tracemos um paralelo entre a Mixtape e a trajetória dos meninos! 


Host Lunna: Isso mesmo, Patrícia. A mixtape Agust D não nasceu apenas como um projeto individual, mas como um ponto de inflexão tanto na carreira de Min Yoongi quanto na trajetória do BTS. // Lançada em 2016, ela surge em um momento muito sensível: o grupo começava a expandir sua influência global com o álbum The Most Beautiful Moment in Life: Young Forever e se preparava para o lançamento de WINGS, um de seus trabalhos mais conceituais e ousados até então. // Internamente, os membros do BTS estavam lidando com a pressão crescente da fama e a responsabilidade de manter uma narrativa artística coerente em meio ao caos da indústria.


Host Patrícia: Foi nesse cenário que Yoongi decidiu escancarar portas que, até então, a indústria coreana preferia manter fechadas. // Ao falar abertamente sobre depressão, automedicação, ansiedade, e identidade, Agust D rompeu não só com o silêncio pessoal, mas também com os moldes tradicionais do que se esperava de um idol. // E isso ressoou, inevitavelmente, dentro do próprio BTS. 


Host Bea: Com certeza, a liberdade criativa que ele reivindicou ali serviu de inspiração e estímulo para os demais membros, que, nos anos seguintes, também mergulharam em projetos solos mais densos, íntimos e politizados. // Yoongi sempre foi conhecido dentro do grupo como alguém muito ligado à produção musical e à composição. // Desde o debut, ele já assinava faixas nos álbuns do BTS, mas Agust D o posiciona como um artista completo, alguém que domina a escrita, a produção, a performance e, principalmente, que tem algo urgente a dizer. 


Host Lunna: A mixtape inaugura seu alter ego, Agust D, uma persona que permite a ele se expressar com mais agressividade, liberdade e sem as limitações da figura pública “SUGA do BTS”. // É como se o Yoongi colocasse a armadura para enfrentar seus próprios demônios e, no processo, acabasse encorajando outros a fazerem o mesmo. 


Host Patrícia: E essa dualidade se torna essencial na forma como ele passa a equilibrar seus dois mundos: o Yoongi introspectivo, sensível e estrategista por trás das câmeras, e o Agust D provocador, explosivo, que se recusa a ser silenciado. // Com o tempo, essa separação se dissolve, principalmente em D-2 e D-DAY, onde os limites entre as identidades vão se tornando mais maleáveis, mais integrados. Mas é em Agust D que tudo começa, de forma crua e corajosa. 


Host Bea: Para o BTS como grupo, a existência dessa mixtape ajudou a construir um discurso coletivo de autenticidade. // Se em The Most Beautiful Moment in Life o BTS já falava sobre juventude, sofrimento e sonhos, com Yoongi colocando seu coração na mesa, esse discurso ganhava ainda mais peso. // O público percebeu que eles não estavam apenas performando sentimentos: eles estavam vivenciando-os. Agust D fortaleceu a confiança do público na sinceridade da proposta artística do grupo. 


Host Patrícia: Além disso, ao lançar uma mixtape fora dos moldes tradicionais e com letras tão impactantes, Yoongi também ampliou a visão que o mundo tinha sobre idols e sobre o K-pop. // Ele rompeu com a ideia de que artistas coreanos estavam limitados a temas leves ou a personagens pré-fabricados. // Agust D mostrou que era possível ser idol e ainda assim ser autoral, brutalmente honesto e politicamente inquieto. 


Host Lunna: E na construção da carreira de Yoongi, a mixtape foi o ponto de partida de uma trilogia conceitual que o acompanharia por quase uma década, até D-DAY, lançado em 2023. // É como se cada trabalho contasse um capítulo da sua história: em Agust D, ele grita, reage e enfrenta; em D-2, ele observa, questiona e se posiciona; e em D-DAY, ele compreende, reconcilia e se aceita. 


Host Bea: Dessa forma, Agust D não foi apenas um projeto solo. Foi a gênese de uma narrativa que redefiniu a forma como os membros do BTS se expressam artisticamente, e como o público passa a entendê-los: // como indivíduos inteiros, complexos, que constroem suas trajetórias a partir da verdade, mesmo que ela doa. // E, com essa fala, partiremos para as considerações finais. 


Host Patrícia: Mas já? O papo passou tão rápido! Bem, encerrar a análise de Agust D é reconhecer que essa mixtape foi muito mais do que um simples projeto solo de um dos membros do BTS. // Ela foi, e ainda é, um manifesto. Um grito de liberdade artística e emocional que se impôs com força em uma indústria conhecida por seu controle estético, temático e comportamental. // Em um cenário onde vulnerabilidades raramente são expostas sem filtros, Yoongi fez justamente o oposto: mostrou-se cru, falho, forte, humano.



Host Lunna: Sim, e quando revisamos Agust D com o distanciamento dos anos, é impossível ignorar o quanto esse projeto moldou não apenas a percepção que temos sobre Yoongi, mas também sobre o potencial de narrativas individuais dentro do BTS. // Ele abriu um caminho. E não qualquer caminho: um caminho corajoso, sujo, necessário. Um caminho em que a arte não precisa agradar, mas precisa dizer.


Host Bea: De fato, ele trilhou um caminho corajoso, Lunna! E essa coragem reverbera até hoje. // Se em Agust D Yoongi confronta seus próprios limites, seus medos e dores, outros membros do BTS, como Namjoon em Indigo, caminham por trilhas semelhantes, olhando para si mesmos de forma crítica, poética e sensível. // Ambos os álbuns, apesar de muito diferentes em forma e tom, se conectam pelo desejo profundo de se entenderem como indivíduos e como artistas. // Há uma linha invisível, mas palpável, que une Agust D e Indigo: o compromisso com a verdade interna, mesmo quando ela é desconfortável.


Host Patrícia: Por isso, ao falar de Agust D, também falamos sobre o início de um novo capítulo para o BTS, aquele em que a individualidade não ameaça o coletivo, mas o fortalece. // A existência dessa mixtape valida os sentimentos, as escolhas e os dilemas de cada membro, e mostra para os fãs que ser vulnerável não é fraqueza é, muitas vezes, o único caminho para a liberdade.



Host Lunna: E talvez seja por isso que essa obra continua sendo tão importante. Porque, mesmo entre batidas agressivas e versos inflamados, o que mais ecoa em Agust D é o som de alguém tentando sobreviver sendo quem é.


Host Bea: Sim, meninas! E, no fim, isso é algo que todos nós tentamos fazer.


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ESPAÇO RESERVADO PARA OS ORADORES CONVIDADOS SE DESPEDIREM E AGRADECEREM.

ORDEM: Beatriz Nery, Lunna & Patrícia Barp.


FALA FINAL: Obrigada, mais uma vez, pelo episódio de hoje. Eu agradeço a cada um dos oradores e todos que participaram como ouvintes, vocês são incríveis./ Não se esqueçam de ouvir os trabalhos do grupo e também os individuais, afinal o BTS é um todo de SETE / Dar stream em nossos favoritos não é obrigação é prazer. Ouvir e sentir o que eles têm a nos dizer é extremamente prazeroso./ Bom, esse é o meu momento influencer do PODARMYS, ou seja, compartilhem a call, favoritem e indiquem para mais armys./ Quero lembrar novamente que o pod é um lugar para você se sentir bem, lugar de conforto e encontro./ Então se você tiver alguma sugestão ou gostaria de que algum tema fosse abordado, ou simplesmente gostaria de ser ouvido, pode enviar mensagem na nossa DM, sinta-se em casa!/ O pod foi feito de army para army e vocês sempre serão sempre bem vindos. / Nos vemos no próximo episódio.//


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